Um dos maiores desafios dos nossos tempos, é encontrar um equilíbrio interior e pessoal que nos permita enfrentar os desafios necessários á conquista dos nossos sonhos.
Geralmente vamos por tentativa e erro, como quando um bebé começa a chorar, e por exclusão de partes tentamos decifrar o que está menos bem nas nossas vidas. Quando finalmente nos apercebemos do que nos está a afetar de forma mais intensa esse equilíbrio, tendemos a atacar com todas as nossas forças essa área da nossa vida.
Se por exemplo identificarmos que a nossa auto-estima anda um pouco em baixo e que a imagem que vemos ao espelho não é bem aquela que gostaríamos de ver, decidimo-nos por uma inscrição no ginásio e por uma alimentação saudável. Durante 2 ou 3 meses investimos tudo nessa área e eventualmente passamos a gostar do que vemos ao espelho, os elogios de terceiros sucedem-se, sentimo-nos temporariamente bem com nós próprios, mas passado pouco tempo aquela sensação de vazio de que algo nos falta reaparece……..
Caramba, identificámos o problema, atacámo-lo com todas as forças e agora outra vez isto?!? Como pode ser possível?
A questão é…..”o que sacrificámos nós durante esse tempo em que nos dedicámos a atacar esse problema? Que áreas da nossa existência negligenciámos ou deixámos para trás durante esse período?”
O segredo para encontrarmos esse equilíbrio está em combatermos a parcialidade da nossa vida! O conceito Integral foi-me apresentado por um grande amigo há alguns anos atrás, e desde esse momento ficou claro para mim que para nos sentirmos equilibrados, devemos dar a mesma atenção a todos os quadrantes da nossa vida!
A Teoria Integral, desenvolvida por Ken Wilber, defende entre ouras coisas, que a nossa vida se divide em 4 quadrantes e que cada quadrante desempenha um papel igualmente importante na nossa vida.
Resumidamente existem os 2 quadrantes interiores 2 quadrantes exteriores. Os quadrantes interiores dizem respeito por exemplo aos nossos pensamentos, emoções e relações. Os quadrantes exteriores estão relacionados por exemplo com os resultados, objectivos, conquistas, sistemas e tecnologias.
Sempre que desenvolvemos demasiado um quadrante, corremos o risco de negligenciarmos os restantes, criando um desequilíbrio  nas nossas vidas. Para isso contribui o facto da nossa sociedade tender a focar-se mais num dos quadrantes exteriores (superior direito), aquele relacionado com os resultados e conquistas, fazendo-nos crer que a felicidade advém desses fatores. Obviamente que sim, que é importante conquistarmos bons resultados, sermos recompensados por isso, mas se para isso sacrificarmos por exemplo o tempo que passamos com aqueles que amamos (quadrantes inferior esquerdo) não haverá dinheiro nenhum que nos traga felicidade.
Se por exemplo de repente nos decidirmos isolar da sociedade para dar mais tempo e amor aos que amamos (quadrante inferior esquerdo) e negligenciarmos a obtenção dos nossos objectivos materiais (quadrante superior direito), não desfrutaremos em pleno da relação com a nossa família, pois não teremos dinheiro para a sustentar convenientemente.
Se por outro lado nos focarmos demasiado nas tecnologias (quadrante inferior direito), se abusarmos do tempo que passamos a receber informação através da internet e não nos dermos tempo para pensar e refletir (quadrante superior esquerdo) não saberemos “processar” a informação recebida, e acabaremos um produto moldado por essa informação.
Se por outro lado nos info-excluirmos (quadrante inferior direito) e apenas dedicarmos tempo a actividades como meditação, leitura e reflexão e desenvolvimento pessoal (quadrante superior esquerdo), perderemos uma importantíssima fonte de informação, extremamente útil na nossa vida.
Um caso clássico da parcialidade nas nossas vidas e da nossa sociedade é a forma como as nossas escolas desenvolvem os nossos alunos, centrando toda a sua mensagem, na obtenção de resultados (quadrantes exteriores), negligenciando as emoções os pensamentos e relações (quadrantes interiores) dos seus alunos.
Os próprios Pais “empurrados” por essa cultura de resultados, investem tudo no desenvolvimento cognitivo dos seus filhos, inscrevendo-os em escolas de línguas, centros de explicações, obrigando-os a desistir do desporto para se dedicarem mais ao estudo, hipotecando inclusivamente o tempo que passam com eles.
Não haja dúvidas de se desenvolverão crianças cognitivamente super desenvolvidas, mas que capacidade terão no futuro de lidar com as suas emoções e pensamentos ,ou construir relações igualmente tão essenciais á conquista dos seus sonhos e á sua felicidade?
O Segredo está no equilíbrio que uma vida integral nos pode trazer!
#KeepDreaming