Há uma afirmação que tenho ouvido repetidamente, no contexto da saúde mental, principalmente das novas gerações.

“It´s ok to not be ok”.

Eu percebo que a ideia subjacente à frase, é a de ajudar ao fim do preconceito e libertar todos aqueles que sofrem de qualquer tipo de distúrbio mental desse fardo, empoderando-os a que não escondam ou se envergonhem. No entanto, assusta-me a ideia que o “It´s ok to not be ok” , esteja a ser usado com o propósito de normalizar algo que na verdade não está bem.

Assusta-me bastante a ideia de tantos jovens (até mesmo crianças) começarem a sofrer de problemas como depressão ou ansiedade tão cedo. Assusta-me ainda mais a possibilidade de se estar a criar uma narrativa de normalização da situação através do mantra “It´s ok to not be ok”.

Concordo plenamente com a ideia de que se uma pessoa num determinado período da sua vida não se sente bem, deverá ter o apoio e abertura necessária para o assumir. Mas deve ao mesmo tempo perceber que : Não! Não é ok não estar ok!

Principalmente se ainda se é criança ou jovem.

Importa perceber o porquê de tantos jovens admitirem em tão tenras idades não se sentir bem e sobretudo trabalhar essas causas. Acredito que muitas delas estejam relacionadas com o vazio que muitos jovens sentem nas suas vidas.

Um vazio criado por uma sociedade que olha para eles como peças numa linha montagem. Por uma falta de auto estima potenciada pela falta de tempo para se dedicarem às suas paixões, por uma  distopia criada pelos cenários irreais do mundo digital e uma paradoxal solidão num tempo de hiperconectividade.

Acredito que incentivando e promovendo oportunidades para que os nossos jovens descubram e se conectem com os seus interesses e paixões, possa ter um papel determinante no combate a esta nova epidemia.

A conexão com o que de mais importante existe para nós, permite-nos aceder ao nosso maior potencial interno, empreender projetos relevantes, desenvolver a auto-estima e sobretudo sermos felizes. E isso é tudo o que importa.

#KeepDreaming

Texto da Autoria de Rui Loureiro, mentor do projeto Sonhadorismo