Questiono-me muitas vezes como é possível, em 2017 com tanta informação ao nosso dispor e com tantos exemplos (seguidos por muitos de nós), de pessoas que seguem as suas paixões e alcançam o verdadeiro sucesso, haver tanta gente que considera como fundamental, colocar os seus filhos nas supostas “melhores” escolas, com o medo de não lhes estar a garantir o melhor futuro!

O primeiro motivo de questionamento, é esta definição de “melhor” escola. Entendemos ainda a melhor escola como a mais cara, a que está melhor localizada, a que tem melhor aspecto e esquece-mo-nos que no fundo, são as pessoas, a atenção e amor que elas dedicam anos nossos filhos que conta.

A criança será tão ou mais feliz, independentemente na escola onde esteja, desde que tenha a atenção e o amor devido.

Por diversas vezes, vários amigos meus se queixaram do rombo que a mensalidade da escola dos filhos lhe causa nas finanças familiares. Nesses situações eu questiono sempre “mas porque é que não a (o) colocas numa escola pública”? Os argumentos são os mais variados. Desde a insegurança dos próprios pais em sentirem que não lhes estão a oferecer o melhor, á qualidade da comida, ao mito de que não há vagas no público, á desculpa de que a mulher é que quer…. no fim, depois de desconstruir cada um desses argumentos, a reação geral é um encolher de ombros. Como se tivesse de ser assim.

O problema é que esse “ter de ser assim”, acarreta muitas vezes tensões entre os casal por discordarem desta visão, ou porque o dinheiro é curto, ou mais grave ainda, colocar desde tenra idade o peso do esforço que os Pais fazem para lhe garantir o “melhor”, nos ombros da criança

Mas a quem é que este melhor serve?! A criança será tão ou mais feliz, independentemente na escola onde esteja, desde que tenha a atenção e o amor devido.

Tão pouco esta “melhor” escola lhe garantirá um sucesso que seja sinónimo de felicidade. Poderá garantir-lhes mais hipóteses de obter uma média elevada. Mas em muitos casos, isso significará menos oportunidades de escolha. Significará uma armadilha, uma prisão sem fuga.

Que criança ousará depois de obter uma média de 18 ou 19 valores, questionar o esforço que os Pais fizeram questão de lhe relembrar ano após ano, optando por um curso de média inferior ou simplesmente decidir não ir para a faculdade?

Convençam-se de que o que garante o verdadeiro sucesso aos nossos filhos, são as oportunidades que lhes damos para se conectarem incondicionalmente com as suas paixões, apoiando-os nas suas escolhas, por mais non sense que nos possam parecer.

O resto naturalmente acontecerá!

Texto da Autoria de Rui Loureiro Mentor do projeto Sonhadorismo