Sendo eu uma pessoa motivada por natureza, foi-me durante muito tempo difícil de perceber o porquê, do entusiasmo de certas pessoas se esvanecer perante os primeiros obstáculos, ou muitas vezes antes mesmo do aparecimento desses obstáculos. Algumas dessas situações despertaram em mim alguns sentimentos de frustração ou menos raiva, pois tinham-me desafiado a avançar com algo que posteriormente os mesmos abandonavam sem razão aparente.
–O que estará por detrás deste tipo de atitudes? Falta de coragem? Medo? Incapacidade de se expor ao risco e ao falhanço?
O viver destas situações fez-me refletir sobre o porquê de as pessoas travarem o seu próprio ímpeto de concretizar ideias e projetos que concerteza, lhes trariam mais realização pessoal e uma vida pessoal ou profissional mais plena. O que estará por detrás deste tipo de atitudes? Falta de coragem? Medo? Incapacidade de se expor ao risco e ao falhanço?
Foi então que descobri que recorrentemente, as pessoas adiam a concretização de algo que não lhes pode garantir benefícios instantâneos. Para o cérebro humano é mais fácil concentrar-se em tarefas concretas, do que situações abstratas, e é por isso que damos prioridade a tarefas que necessitam de ser realizadas no presente, sobre outras que apenas produzirão benefícios futuros e de alguma forma incertos.
— Basicamente as ações mais desafiantes(…)são recorrentemente adiadas para “melhores alturas”, em detrimento da concretização de objetivos mais imediatos e superficiais.
É como se entre fazer “o mesmo de sempre”, com resultados já conhecidos, ou fazer algo que apesar de incerto nos poderá trazer uma felicidade extrema, o Ser Humano na maioria das vezes escolha “o mesmo de sempre”.
Isto poderá parecer uma contradição, mas é assim que o cérebro humano funciona, e que aliás está de acordo com o que foi escrito numa das anteriores crónicas semanais sobre o tema “Subfelicidade”.
Basicamente as ações mais desafiantes e que envolvem maiores riscos, mas que naturalmente nos trarão maiores benefícios futuros, ainda que incertos, são recorrentemente adiadas para “melhores alturas”, em detrimento da concretização de objetivos mais imediatos e superficiais.
Apesar de assim ser, existem formas de combatermos estes modelos correntes de pensamento, e que futuramente aqui falaremos. Entretanto sempre que alguém entusiasticamente me aborda e desafia com um novo projeto ou ideia eu pergunto: “Tu “Só” Queres …. ou Queres “Mesmo”?!
Texto da autoria de Rui Loureiro mentor do projeto Sonhadorismo
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