Recentemente no meu aniversário, o meu irmão ofereceu-me um livro com o título A Arte Subtil de Saber Dizer Que Se F*DA! Ao receber este presente, sorri internamente, por várias razões. Primeiro porque livros é das coisas que mais gosto de receber, depois porque tenho a mania de preconceituosamente achar que livros de “auto-ajuda” é literatura menor (será?!), e por último porque já tinha visto esse livro em inúmeras visitas a livrarias, e apesar de ter tido alguma vontade de o explorar, a minha “sombra” interior de leitor culto, nunca mo tinha permitido. E agora ali estava ele, oferecido pelo meu irmão. Algo que não poderia recusar. Escusado será dizer que demorei algum tempo a permitir-me desfolhar e explorar o dito. Surpresa ou não, comecei a achar piada ao livro. Sabe bem ler coisas assim de vez em quando. E comecei a pensar nos momentos Que Se F*DA ao longo da minha vida, e da importância que eles tiveram para ser aquilo que sou hoje e até na construção deste conceito do Sonhadorismo.
O meu primeiro momento QSF, aconteceu naquela fase da vida em que muitos assinam para sempre o pacto com o diabo. A entrada no mundo do trabalho. Depois de 5 anos a estudar para ser professor de educação física, e após meio ano de desemprego (nessa área), recebi um convite para leccionar num colégio privado. No entanto, após pouco tempo, decidi largar tudo e partir para a Austrália, apostando tudo num mestrado de gestão desportiva, para investir numa empresa recém criada e que me entusiasmava muito mais do que na altura leccionar. Quando tomei a decisão, e após um ano e meio de muita luta e sacrifício, quando percebi que iria mesmo concretizar esse sonho, senti-me completamente livre. Senti-me totalmente dono do meu destino. “Master of my fate, Captain of my soul”! Percebi que apesar de toda a força centrífuga a puxar-nos para o ralo, com suficiente perseverança e um objetivo bem definido, é possível remar contra a maré e vivermos a nossa vida. Quando regressei, o Universo não só me ofereceu outro emprego como professor, como me deu muito mais.
O Poder dos momentos QSF é o de nos conferirem o dom da liberdade. Praticando os momentos QSF, vamos desenvolvendo a capacidade de acreditar que a vida pode ser como a queremos e não como tem de ser.
Desde esse momento foram vários os momentos QSF praticados na minha vida.
Recusar-me a contrair um empréstimo para comprar casa, pagando mais pela renda é um momento QSF.
Resistir à imposição social de colocar os meus filhos numa creche privada, porque todos o fazem é um momento QSF.
Ter uma VW Sharan de 2001, preferindo ter o suficiente no banco para viajar com a família e para ser intelectualmente livre, é um momento QSF.
Não sucumbir à pressão social de ter um emprego estável, para poder surfar sempre que estão altas ondas, é um momento QSF.
Decidir terminar com um projeto de 12 anos que me dava num ano aquilo que agora não ganho agora em 2, é um momento QSF.
Ter-me despedido de uma escola onde não estava feliz ao fim de um mês, comprometendo o meu futuro como professor, é um momento QSF.
Ter voltado a dar aulas apenas por Paixão, é um momento QSF.
Estar a escrever este texto sem saber se vai ser lido por alguém é um momento QSF.
No fundo os momentos Que Se F*DA, têm o poder de nos resgatar da dormência imposta pela sociedade e devolver-nos a liberdade!
Haverá sempre mil desculpas (e provavelmente todas válidas), para não arriscar, mas não se esqueçam que : Liberdade é Risco, Segurança é Prisão.
#KeepDreaming
Texto da Responsabilidade de Rui Loureiro Mentor do projeto Sonhadorismo
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