O desporto é uma das maiores fontes de inspiração do Sonhadorismo. Frequentemente somos confrontados com histórias e exemplos, individuais ou coletivos, que através da sua paixão por uma qualquer modalidade desportiva, acedem ao seu maior potencial interior conquistando sonhos que marcam a história. Portugal não foge à regra, e apesar de sermos um País pequeno e sem grande cultura desportiva, são imensos os exemplos de Sonhadorismo ligados ao desporto que nos mostram o quão importante e recompensador é o conectar-mo-nos com as nossas paixões e partir daí à conquista dos nossos sonhos.

O último exemplo chegou-nos através da Seleção Nacional de Andebol que conquistou uma épica qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, um feito só alcançado até então pela Seleção Nacional de Futebol entre todas as modalidades coletivas nacionais.

A qualificação foi obtida em condições verdadeiramente épicas contra a Seleção Francesa, uma das super potências do andebol mundial, após uma derrota muito injusta contra a Seleção Croata, que a todos parecia  o final do sonho dos auto intitulados Heróis do Mar. No entanto, movidos por uma crença inabalável, os nossos heróis acreditaram até ao fim tendo conquistado a vitória a 4 segundos do final do jogo. Este jogo seria por si só uma ode ao Sonhadorismo, mas foram as declarações do Selecionador Nacional que me motivaram a escrever esta crónica.

Numa entrevista dada pouco tempo antes deste feito histórico, Paulo Jorge Pereira validava uma das mais importantes dicas do Sonhadorismo : a importância para aqueles que desejam seguir os seus sonhos estarem preparados para serem rotulados de malucos, quando decidem apostar nas nossas paixões e iniciar o longo caminho para a conquista dos mesmos. Nessa entrevista, Paulo Jorge Pereira aborda o momento em que decidiu seguir a sua paixão e tornar-se profissional de andebol da seguinte forma :

“Eu na altura estava no FC Porto e dava aulas no ISMAI e numa escola. Tinha ali uma atividade confortável, que me permitia ganhar algum dinheiro tranquilamente. Tenho um amigo, professor de educação física, meu vizinho, a quem eu na altura em 2006 disse que tinha recebido um convite da equipa Espanhola do Cangas, que me ia pagar mais ou menos o que eu recebia com as duas atividades que fazia. E ele disse-me “Tu és maluco, és completamente maluco.” E eu de facto nessa altura arrisquei bastante. E ele dizia-me isso, que eu era maluco. E o que faz hoje essa pessoa? É professor de educação física e no andebol nunca mais foi treinador.”

Este é um exemplo claro do impacto que a capacidade de resistirmos à descrença dos outros perante os nossos sonhos e o seguirmos a nossa intuição, podem ter na construção de uma vida completamente alinhada com o nosso propósito e na nossa transformação em verdadeiras Ovelhas Amarelas!

Mais malucos precisam-se !!

#KeepDreaming

Texto da Autoria de Rui Loureiro, mentor do projeto Sonhadorismo