Muitas vezes imagino a nossa sociedade como uma grande banheira ou lavatório, e tudo o que se passa á nossa volta a água que freneticamente rodopia em direção ao ralo, que lá no fundo nos espera.
Ora o grande desafio das nossas vidas, ou pelo menos da minha, é precisamente, resistir a essa força centrífuga, que nos suga para onde a maioria das pessoas parece acabar, não respeitando a diferença a individualidade, os interesses e objetivos de cada um. A sensação que tenho, todos os dias quando acordo, é que mal abro os olhos é necessário começar a remar contra o Status Quo, o que nos é imposto, o formatado, o pré-concebido. E isso cansa…cansa muito! Exige escolhas e decisões arriscadas, muitas vezes tidas como irresponsáveis, aos olhos dos que vivem no ralo e nele encontram o seu conforto.
Algumas vezes me questiono se não seria mais sensato deixar de remar e deixar-me sugar para o ralo. Talvez fosse mais fácil aceitar e compreender certas atitudes e modos de agir e pensar, que diariamente me fazem questionar se realmente estamos a evoluir enquanto sociedade.. Talvez deixasse de ser tão difícil encontrar pessoas com que me identifique. Talvez me sentisse mais integrado e de alguma forma mais feliz. Talvez colocando o Ter à frente do Ser, me sentisse mais realizado com o sucesso que vou tendo segundo os parâmetros pré-estabelecidos.
Talvez….. Mas até que esse dia chegue, continuarei a remar, remar e remar.
A inspirar-me nas histórias simples daqueles que vão construindo a sua vida á volta dos seus interesses e paixões. Daqueles que têm a coragem, ou melhor, a sabedoria de viver com pouco, tendo muito.
Enquanto puder, continuarei a olhar o ralo do cimo dos meus sonhos…..
Texto da Autoria de Rui Loureiro Mentor do Projeto Sonhadorismo







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