Mário Moniz Pereira. Três palavras que pouco expressam o quão sublime este Senhor (desculpem-me o S maiúsculo, mas não encontro alternativa no meu teclado) foi. O jornal Público, aquando da sua morte bem recente, escrevia: “Mário Moniz Pereira – o homem que fez Portugal acreditar em ‘coisas impossíveis’”.
Como podem se calhar já ter percebido, é algo intrínseco ao Sonhadorismo como também à minha pessoa, gostarmos de gente que tenta o impossível. Como Max Weber diz – “Não teria sido possível atingirmos o possível se alguma vez não tivéssemos tentado o impossível.”
Mas em que se traduz a impossibilidade que Moniz Pereira conseguiu? Fez com quem Carlos Lopes, Fernando Mamede, Domingos Castro e Dionísio Castro, Rui Silva, Francis Obikwelu ou Naide Gomes se tornassem atletas de qualidade mundial, conquistando medalhas em certames por todo o Mundo.
A receita? “Há treino todos os dias!”, fizesse chuva ou sol, Moniz Pereira lá estava, no campo de treinos onde junto dos seus atletas os persuadia de que eles eram capazes, de que eles não eram piores que os americanos, nigerianos ou russos. Que coisa ruim que isto era! E o sucesso demorou…39 anos depois e 9 Jogos Olímpicos após a estreia em Londres 1948, Carlos Lopes venceu a maratona e blindou o Recorde Olímpico durante quase 3 décadas! Imagine-se…em 1984, o Hino Nacional dos Patrícios a tocar no estádio olímpico de Los Angeles… “Impensável! Irreal!”, que outros adjetivos (insultos vá,) não terão passado pelos ouvidos do depois da carreira de treinador, Fadista Mário.
O investimento de uma vida valeu. Muitos mais se seguiram nas fileiras do seu amor, Sporting Clube de Portugal, que conquistaram prestígio e medalhas junto dos seus pares, por isso valeu.
Como por tantas vezes cantou, num fado seu original – “Valeu a pena”. Foi quiçá uma das últimas provas vivas de que os heróis detêm em si um altruísmo gigante e o que eles querem é ver outros brilhar, porque sabem que parte do brilho também é deles.
Temos saudades suas, Sr.Mário; Bem-haja por tudo!
Artigo da Autoria de Diogo Rodeiro, Gestor de Conteúdos do Sonhadorismo







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