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Cíntia Borges arriscou seguir o seu coração e partiu à descoberta do seu Elemento! O resultado foi o projeto Miúdos Frantásticos e uma realização pessoal imensa!

Fica a saber mais na entrevista em baixo!

1-    Quando e como descobriste a tua paixão por artes criativas?
Acho que desde sempre me senti impelida a “colocar as mãos na massa”. Sempre gostei de criar, nas mais variadas técnicas e com os mais diferentes materiais. No entanto, os momentos em que me permiti fazê-lo mais a fundo foram aqueles em que o desemprego bateu à porta. Aí, tinha todo o tempo do mundo para dar asas à minha imaginação.
Entretanto fui mãe. E durante cerca de dois meses regressei ao trabalho a tempo parcial. Mas nada daquilo fazia sentido para mim. A minha vontade era estar sempre com a minha filha. E assim fiz. Deixei o que tinha em termos profissionais para me dedicar à minha filha a tempo inteiro. E, de repente, deu-me uma enorme vontade de pintar aqueles livros infantis para o efeito. Como sigo o meu coração, fi-lo. E daqui surgiu uma inspiração para criar para crianças. Foi assim que nasceu o projeto familiar online chamado Miúdos FUNtásticos. Esta é a minha paixão criativa desde há cerca de dois anos.
2- Tiveste o apoio da tua família/comunidade para aprofundar o teu talento? Se sim, em que medida te apoiaram?
Sim, sinto-me apoiada de variadíssimas formas, incondicionalmente. O meu namorado é o mais “sacrificado”, aquele que me acompanha em todas as aventuras pelo mundo dos brinquedos. Segue-me sempre em busca de materiais para que possa pôr em prática o que tenho em mente; trata das vendas das nossas peças, quer em termos de entrega, quer na presença em feiras; trata da parte fotográfica (esta é a sua paixão); entre outros aspetos. Ou seja, eu fico com a melhor parte. Tudo isto para que eu possa continuar a criar e a cuidar a tempo inteiro da nossa filha.
No que respeita à restante família, desde pais, irmãos, tios, primos, apoiam-me imenso, encomendando-me os seus presentes, surpreendendo-me com a oferta de material para que possa continuar a desenvolver as minhas peças e fazendo publicidade das mais variadíssimas formas.
Quanto à restante comunidade, o feedback também é muito positivo. Tenho sempre palavras motivadoras e positivas em relação às peças que faço.
Mas devo dizer que acho que não sou levada muito a sério pela maioria quando digo que não quero regressar às escolas, pois sinto-me totalmente realizada como mãe e com os Miúdos FUNtásticos. Ainda sou vista como uma pessoa que se anula estando em casa com a filha e brincando às artes de vez em quando. Isto porque “era tão boa professora”, além de que “ser professora é que é ter uma profissão”.
3 – Porque decidiste abandonar a profissão/o emprego e dedicar-te ao teu talento?
Porque o coração fala mais alto em todas as decisões que tomo. Só assim a vida faz sentido para mim. Cuidar da minha filha é para mim uma missão linda. Criar é o meu elemento, o que me liga ao meu mundo e ao mundo da imaginação, onde “Tudo é possível”.

4 – Consideras ser possível manter a autenticidade e viver do teu talento, sem cair na “mercantilização”?(Isto é, sem seres obrigado a criar com objetivo meramente comercial)?
Crio aquilo que penso ser benéfico para as crianças. No entanto, já me foram solicitadas (poucas) peças com as quais não me identificava. Mas, em termos gerais, tenho a felicidade de criar mantendo a autenticidade.
5- Identificas-te totalmente com o teu “Elemento”? Ou tens outros interesses e talentos paralelos?
Identifico-me totalmente com o meu “Elemento”, isto é, com a criação de peças geradoras de bem-estar, em geral. Tenho, ainda, outra enorme paixão: viajar.

6 – Consideras que o teu trabalho/talento é a realização pessoal, apenas para ti, ou poderá ter um alcance mais vasto, contribuindo para o bem estar de outros?
Decididamente para ambas as partes. Adoro e faz-me bem fazê-lo. Para além disso, considero urgente disponibilizar às crianças brinquedos alternativos, mais naturais, sensoriais e potenciadores no que concerne à criatividade. Vejo muito mais vantagens neste tipo de peças do que nas de plástico, produzidas em série e sem personalidade nenhuma. Cada um terá o seu papel. No entanto, para a minha filha escolho os nossos.
7 – Que mensagem deixas aos mais jovens, para que eles possam também desenvolver o seu potencial e encontrar o seu elemento?
Sigam o vosso coração. Se ele diz que é por determinado caminho, sigam-no. Mesmo que a sociedade vos diga que não, que devem seguir uma linha reta.
Se tivesse dado ouvidos à professora que se riu de mim no intervalo ao ver-me a fazer tricô, ou aos professores de Educação Visual que tive que me davam notas baixíssimas, ainda hoje estaria presa à ideia de “Não tenho criatividade nenhuma”. Disse-o tantas vezes, durante anos, baseada nas classificações escolares que tive nessa área.
Se não tivesse seguido o meu coração, não teria conhecido a sensação maravilhosa com que sou presenteada a cada peça que concluo.
Descubram-se e permitam-se!

Visita Já o Site do Projeto Miúdos Funtásticos