Esta é a questão que mais vezes tenho colocado a mim próprio nos últimos dias.
É impossível ficar indiferente a tamanha desgraça, sofrimento e desespero de milhões de pessoas que simplesmente não têm como escapar de um verdadeiro inferno na terra. Quando penso que esse inferno foi criado não por uma catástrofe natural ou um acidente circunstancial, mas sim, consciente e deliberadamente por outros Seres Humanos (serão mesmo humanos ?) sou inundado por um sentimento de impotência e uma angústia terrível. “O Que Posso Fazer?!” , penso.
Na realidade quando algo desta magnitude acontece, pouco ou nada podemos fazer que tenha um real e imediato impacto naqueles que sofrem para além do compreensível. Podemos logicamente doar algo a instituições que trabalham no terreno para mitigar o efeito de tamanho barbárie. Devemos fazê-lo sem reservas mesmo que sejamos assaltados por legítimas dúvidas como, “será que a ajuda chega lá?” ou “não será este dinheiro desviado para outros fins?”. No entanto, entre a dúvida ou o aliviar de algum sentimento de culpa, por assistir a tamanha desgraça enquanto almoço confortavelmente no sofá, doo. Mas não me encho da mínima esperança.
A única réstia de esperança de que algum dia poderei vir a ter algum impacto positivo, para que situações destas não aconteçam, é através da educação. Educar os meus filhos e todas as crianças e jovens com que contacte para que sejam felizes. Para que corram atrás só disso. Da felicidade. Que não corram atrás do dinheiro, da Universidade mais cara, do carro, da mota, do emprego. Que corram apenas atrás da liberdade e da sua felicidade. Que se instruam, que aprendam, mas que ponham sempre à frente de tudo, os seus interesses e as suas paixões. Que nunca abdiquem disso em troca de uma média ou de um qualquer bem material.
Tenho uma crença profunda de que pessoas interiormente felizes e conectadas com o que as apaixona, jamais serão capazes de provocar o sofrimento nos outros. Gosto de acreditar que se todos o fizermos, começando por nós próprios, dentro de algumas gerações teremos o mundo inundado de sonhadores e sonhadoras, para quem estas barbáries não passem de negros trechos nos livros de história.
A este propósito, li recentemente escrito por alguém que não conheço mas que estimo, o seguinte :
“A verdadeira causa de todo o sofrimento neste mundo é que milhões de pessoas decidiram não ser guiadas pelos seus corações. Acham que, ao esconder-se e ao usar uma máscara ,podem evitar ser magoados por alguém. Entendo que ninguém gosta de ser magoado. Entendo que todos nós passamos por experiências horríveis, mas transformar os nossos corações em pedra não nos trará nenhum bem. Ter o coração aberto é ter a coragem de ser vulnerável e esta vulnerabilidade é a nossa maior força, é a essência do que significa ser-se humano. O problema de fecharmos o nosso coração é que o fechamos a todos os sentimentos, é por isso que nos sentimos entorpecidos, é por isso que atacamos os outros porque vemos todos como uma ameaça, é por isso que a vida se torna monótona, cinzenta e sem cor. Sentimo-nos seguros e fortes porque não deixamos que nos magoem, mas ninguém (incluindo tu) poderá amar-te ou fazer-te feliz.”
Texto da Autoria de Rui Loureiro do Mentor do Sonhadorismo
#Keep Dreaming
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