Por sugestão facebookiana decidi voltar ao cinema passados meses desde a última vez, para assistir ao filme Old Oak Pub. Sou muito mais de dramas e filmes que nos deixem a pensar, do que comédias ou filmes que apenas servem para distrair. Este juntava esses ingredientes a um tema que cada vez mais me inquieta e desassossega, a desgraça de tantos milhares de pessoas que a única coisa que fizeram de errado foi nascerem no sítio errado.

O filme retrata a realidade de um grupo de migrantes, atirados para uma pequena vila do Reino Unido e a dura realidade da intolerância dos que lá vivem para com os que vêm de longe. Como se nós próprios no velho continente, não tenhamos todos também em algum momento vindo ou ido para longe.

No meio de tanta ignorância, indiferença e ódio, o dono do Pub local emerge ainda que a medo, como o defensor e despolarizador daquela situação, que a certa altura e vendo as suas boas ações boicotadas desabafa ….

“Estamos sempre quase lá. Mas nunca lá chegamos. O que chega é sempre a intolerância, ódio, a maldade.”

Esta afirmação foi talvez aquilo que mais vezes recordei do filme depois de o assistir.

“Estamos quase sempre lá, mas nunca lá chegamos”

O momento que vivemos em termos globais e locais é de facto muito propício a que desistamos do bom e daquilo que é certo, tamanha a força que o sistema exerce sobre nós, sobretudo na avassaladora sensação de que vivemos uma verdadeira época do salve-se quem puder. Existimos hoje em dia, num modo de sobrevivência constante, esmagados pela crise, inflação, guerra, intolerância, ódio ….. É muito fácil desistir ou nem sequer começar algo que contrarie uma maré que nos é apresentada como avassaladora e invencível.

Daí a necessidade tão premente e urgente de nos conectarmos individual e coletivamente com as nossas paixões com os nossos interesses, e a partir deles criar algo de positivo. Só através dessa conexão, podemos ativar a motivação intrínseca indispensável à superação necessária para criar impacto positivo numa época tão sombria. Acredito do fundo do meu coração que pessoas felizes e alinhadas com os seus valores e propósitos, não serão nunca agentes do mal. Como diz o Cantor Criolo na música Ainda Há Tempo“As Pessoas Não São Más! Elas apenas estão perdidas!”

Não tem de ser nada grande, bastam pequenas coisas que nos façam felizes, que nos possam dar alento e inspirar outros a … chegar lá.

#KeepDreaming

Texto da Autoria de Rui Loureiro Mentor do Projeto Sonhadorismo