Vivemos uma era na qual uma série de palavras ganharam nos últimos anos, uma enorme preponderância a reboque de uma narrativa empreendedorista, que nos tenta convencer de que no individualismo e no sacrifício é que está o ganho.
Palavras como resiliente, persistente, arriscar ou gratidão, são hoje entoadas por milhões de pessoas como verdadeiros mantras.
Se numa primeira análise podem parecer palavras carregadas de positividade, na minha opinião e perdendo um pouquinho de tempo a analisar o contexto onde as mesmas são empregues, fico com a sensação que as mesmas foram “plantadas” na nossa sociedade para normalizar um estado de coisas onde realmente a persistência a resiliência e o arriscar são de facto necessários, não para vencer mas sim para sobreviver.
Foi a pensar neste tema e após ouvir um bom programa de conversa na rádio, que estranhei (ou não), o facto de a palavra audaz se encontrar fora desta “moda” linguística.
O audaz estuda, analisa…. e como diz o dicionário, tem a audácia ou impulso para realizar atos difíceis.
É arrojado, valente, atrevido e ousado.
Por isso, entre ser resiliente, persistente ou arriscado, capacidades tão úteis numa sociedade capitalista que normaliza jornadas de trabalho demasiado longas, mal pagas ou vazias, ou que nos incentiva a jogar na roleta russa de um crédito para montar o nosso próprio “negóci (dio) o” , eu prefiro ser audaz e “perder” o meu tempo não a resistir, persistir ou arriscar, mas sim a conectar-me com as minhas paixões, os meus interesses e os meus sonhos.
E tu ?!
Texto da Autoria de Rui Loureiro, Mentor do Projeto Sonhadorismo
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