Durante as últimas semanas, o País foi sacudido da sua usual letargia cívica, pela quase “ofensiva” atitude da classe docente que decidiu dizer ….. Basta!

Finalmente e após décadas de desconsideração, ao ponto da docência se ter tornado numa atividade quase embaraçosa para quem a exerce, os professores decidiram que estão dispostos a lutar por mais do que os seus direitos. Lutam pela sua dignidade!

Imagino que não tenham noção do quão grande é esta luta. Do quão civicamente transformativa poderá ser esta luta.

Os algoritmos não previam que de repente, dezenas de milhares de Seres Humanos prefeririam percorrer centenas de kms dentro de autocarros, para se fazerem ouvir, do que ficar no sofá a consumir açúcar através de um ecrã.

Professores protestam em frente à Assembleia da República durante uma manifestação convocada pelo S.TO.P. – Sindicato de Todos os Professores, em Lisboa, 17 de dezembro de 2022. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

E já não são só os docentes. São também os não docentes. Os quase invisíveis, que sem a sua presença a escola não funciona.

Docentes e não docentes decidiram fazer algo que os algoritmos dificilmente antecipariam. Juntaram-se. Uniram-se. Deram as mãos, e contrariando a visão individualista que a sociedade do empreendedorismo ou melhor empresarialismo, nos tenta impor, perceberam que juntos somos mais fortes.

Unidos perceberam que afinal têm poder. E que fantástico é assistir a aquele mar de gente viva, extenuada mas alegre, confiante a lutar por direitos que não são só seus. São de todos nós!
O direito à dignidade, ao respeito, a ser -se Feliz!

E esta devia ser também a nossa luta. Por nós, pelos nossos filhos, pela humanidade!

A todos aqueles que neste momento lutam por nós.. que saibam resistir, porque como disse José Mário Branco… “Resistir é Vencer” !

Texto da Autoria de Rui Loureiro Mentor do Projeto Sonhadorismo